sexta-feira, dezembro 19, 2025
Google search engine
InícioPolíticaFux vota por anular ação contra Bolsonaro em julgamento de trama golpista

Fux vota por anular ação contra Bolsonaro em julgamento de trama golpista


Ministro alega cerceamento de defesa, questiona foro e diz que caso deveria ser analisado pelo plenário do STF

Fux vota por anular ação da trama golpista e critica competência do STF
Ministro Luiz Fux durante apresentação do voto nesta manhã no STF (Foto: Reprodução)

O ministro Luiz Fux votou nesta quarta-feira (10) pela anulação do processo que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Para ele, a Primeira Turma do STF Supremo Tribunal Federal não tem competência para conduzir a ação, já que os denunciados não possuíam foro especial à época dos fatos.

Fux vota por anular ação sobre a tentativa de golpe e critica competência do STF. Ministro questiona foro especial dos réus à época dos fatos e defende julgamento no plenário. Ele criticou a seleção de provas e a rapidez do processo, mas validou a delação de Mauro Cid.Moraes e Dino votaram pela condenação dos réus. Moraes apontou Bolsonaro como chefe do grupo golpista. Dino concordou, mas sugeriu penas menores para alguns envolvidos. Julgamento continua com votos de Cármen Lúcia e Zanin.

Fux classificou a situação como de “incompetência absoluta” e defendeu que, se o julgamento continuar no Supremo, seja levado ao plenário. O ministro sustentou que houve cerceamento de defesa pela quantidade de provas anexadas e pela rapidez da tramitação, apontando risco de violação ao contraditório e à ampla defesa. “Estamos diante de um processo com bilhões de páginas e com tempo insuficiente para exame técnico adequado”, afirmou.

O magistrado também criticou o que chamou de “filtro seletivo” de provas realizado pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República, sustentando que a defesa deveria ter acesso à íntegra dos autos. Ao mesmo tempo, Fux manteve a validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, considerando que ele não foi coagido e esteve acompanhado de advogados em seus depoimentos.

Durante a leitura, o ministro destacou que juízes devem atuar com distanciamento do “clamor social” e lembrou a necessidade de “humildade para absolver quando houver dúvida”. Ele também criticou o deslocamento de julgamentos de grande relevância do plenário para uma das turmas, o que, em sua avaliação, silencia parte dos ministros da Corte.

Votos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino

Na terça-feira (9), o relator Alexandre de Moraes apresentou voto de cerca de cinco horas em que defendeu a condenação de todos os oito réus pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano e deterioração de patrimônio público. Para Moraes, Jair Bolsonaro foi o chefe de um grupo que atuou de forma coordenada para tentar manter o poder após as eleições de 2022.

Flávio Dino acompanhou o relator e também votou pela condenação geral. O ministro destacou que a tentativa de golpe não pode ser anistiada e afirmou que “não há dúvidas” sobre a responsabilidade de Bolsonaro, de seu então vice-candidato Walter Braga Netto e de outros integrantes centrais, como Anderson Torres, Almir Garnier e Mauro Cid. Dino, no entanto, defendeu penas menores para Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, por considerar que a participação deles foi menos relevante.

Com dois votos pela condenação e um pela nulidade, o julgamento segue nesta quinta-feira (11), quando devem se manifestar Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.



Source link

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -
Google search engine

Most Popular

Recent Comments