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CCJ do Senado Enterra PEC da Blindagem em 24 de setembro


Senadores rejeitam proposta que exigia aval do Congresso para abertura de ações penais contra parlamentares

CCJ do Senado vê inconstitucionalidade e "enterra" a PEC da Blindagem
Membros da CCJ do Senado durante votação da proposta (Foto: Geraldo Magela/Senado)

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado rejeitou nesta quarta-feira (24), por unanimidade, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem. O texto previa que deputados e senadores só poderiam ser processados criminalmente com autorização prévia da respectiva Casa Legislativa, em votação secreta e no prazo de até 90 dias após o recebimento de ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).

Senado rejeita PEC da Blindagem por inconstitucionalidade. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou, por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, que previa autorização prévia da Casa Legislativa para processar criminalmente deputados e senadores. A PEC, aprovada na Câmara, foi considerada um retrocesso à imunidade processual extinta em 2001. Senadores criticaram a proposta, classificando-a como imoral e contrária aos anseios populares. A PEC também previa foro privilegiado no STF para presidentes de partidos e voto secreto em casos de prisão em flagrante de parlamentares. A rejeição unânime na CCJ sepulta a proposta e reforça a credibilidade do Congresso.

A decisão sepulta a iniciativa aprovada na Câmara dos Deputados em 17 de setembro, mas que chegou ao Senado já sob forte resistência. O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), classificou a proposta como “um golpe fatal” à legitimidade do Legislativo e alertou que ela transformaria o Congresso em abrigo para criminosos.

“Configura-se em portas abertas para a transformação do Legislativo em abrigo seguro para criminosos de todos os tipos”, afirmou Vieira. Em seu parecer, ele sustentou que a medida é inconstitucional e representaria um retrocesso, ao recriar a chamada imunidade processual que existiu até a Emenda Constitucional nº 35, de 2001.

O parecer de Vieira foi aprovado por 26 votos a 0. O presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), destacou que já havia se posicionado contra a PEC antes mesmo de sua chegada ao Senado. “Há mais de um mês, me posicionei contra essa PEC para preservar o colegiado [a CCJ], tanto do Senado quanto da Câmara, de se contaminar com uma matéria dessa natureza”, disse.

Otto também informou que, por acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a proposta seria enviada ao Plenário ainda nesta quarta-feira para rejeição definitiva. “Tenho o compromisso com o presidente Davi para que essa proposta seja encaminhada ao Plenário do Senado, para ser apreciada e deliberada, e encerrar hoje a análise, com a rejeição definitiva, assim como foi na CCJ, nesta sessão histórica que enterra de vez a PEC 3/2021, a ‘PEC da Blindagem’.”

Ao final, prevaleceu o entendimento de que a proposta violava a Constituição e colocava em risco a credibilidade do Congresso. Com a decisão da CCJ e a perspectiva de derrota no Plenário, a chamada PEC da Blindagem acabou sendo sepultada, embora ainda precise ser apreciada pela Casa Alta para que o arquivamento se torne definitivo.

CCJ do Senado vê inconstitucionalidade e "enterra" a PEC da Blindagem

MS no Senado – Os três senadores de Mato Grosso do Sul também já haviam se manifestado contra a PEC, reforçando o consenso em torno do arquivamento definitivo da proposta.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) classificou a medida como “uma vergonha” e disse que a rejeição deve ser definitiva: “Vamos votar contra essa tal dessa vergonha, dessa PEC da Blindagem, na verdade ela não será engavetada aqui, ela será derrubada a ponto de não poder mais sair”, criticou.

O senador Nelsinho Trad (PSD) também se posicionou de forma categórica contra a proposta antes da votação na CCJ. “Sou contrário à PEC da Blindagem, que reduz transparência e gera desconfiança. O Senado precisa garantir respeito à Constituição e ao interesse público.”

Já a senadora Tereza Cristina (PP) havia antecipado que votaria contra o texto, que na avaliação dela dificulta ações criminais contra parlamentares. Em nota, sua assessoria confirmou que “a senadora vai votar contra a PEC da Blindagem.”

Com isso, toda a bancada sul-mato-grossense deve manter a posição da CCJ e rejeitar a proposta em Plenário.

Bancada de MS na Câmara – Na votação da Câmara, que aprovou a PEC antes do envio ao Senado, a bancada de Mato Grosso do Sul se dividiu. A maioria votou a favor do texto: Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL), Luiz Ovando (PP) e Humberto “Beto” Pereira (PSDB).

Os votos contrários vieram de Vander Loubet (PT) e Geraldo Resende (PSDB). Já Camila Jara (PT) e Dagoberto Nogueira (PSDB) não registraram voto na sessão que encerrou a discussão e levou o texto ao Plenário.

Com quatro votos favoráveis, dois contrários e duas ausências, a bancada sul-mato-grossense na Câmara ficou majoritariamente alinhada ao resultado nacional, que garantiu a aprovação da proposta naquela Casa.



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